Desde a pré-história o homem busca nas plantas algo que altere sua consciência, disposição e humor. Em diversas culturas o consumo dessas substancias tornaram-se significativos socialmente.
Em diversos ensejos é através desses veículos psicoativos que ocorrem manifestações espirituais de divindades. Na antiga Grécia o vinho era associado ao deus Dionísio, posteriormente passou a ser utilizado no cristianismo simbolizando o sangue de cristo.
No Brasil o primeiro registro de entorpecentes foi por volta de 1711 onde, aguardentes, tabaco, seguidas pelas drogas do sertão e da selva, acompanhadas de produtos afrodisíacos, tinha um grande valor mercantil. A papoula era um excelente analgésico e tranquilizante, atuava contra disenteria e seu uso recreativo poderia ser afrodisíaco.
A aguardente assim como o tabaco foram as principais drogas do período colonial, também foi utilizada como uma moeda de troca de traficantes de escravos. Os padres reclamaram da bebida colonial, pois o vinho português estava perdendo seu espaço comercial, então editou leis proibindo a produção e comercialização da cachaça por um tempo para evitar a concorrência no tráfico negreiro.
Após a revolução industrial no século XVIII o chá e o café por terem forte teor estimulante ficaram associados ao aumento do desempenho dos operários, o tabaco tornou-se um produto de sociabilidade masculina e o álcool a principal droga de uso recreativo no mundo.
No século XIX inicia-se a indústria farmacêutica, entorpecentes como: cocaína, morfina e mescalina começaram a ser industrializadas por empresas multinacionais e tornaram-se “formulas secreta” que geravam muitos lucros, então foi impedida de ser consumida por pessoas que não tinham um nível social considerável.
No inicio do século XIX a embriagues pública estava em pauta, autoridades discutiam a possibilidade de prender a pessoa que ficasse bêbada em locais públicos, em 1830 ficou determinado que o alcoolizado deveria ser levado até a delegacia e liberado após o efeito. Tendo em vista que era uma medida de “civilização”.
O “pinto do pango” como era conhecido o cigarro de maconha, também foi proibido de ser consumido em locais de fluxo, ficou associado como droga de negros e escravos. Na república o consumo de qualquer planta e fumaça ficou cada vez mais oprimido e marginalizado.
Através das politicas proibitivas transcendentes do século XX pode se concluir que o uso dessas substancia tornaram-se fim lucrativo da alta sociedade e foram altamente reprimidas e impedidas de serem consumidas por questões comerciais, raciais e sociais.
Em 1961 o Brasil se comprometeu em efetivar uma guerra contra as drogas, punindo severamente quem as consumisse ou vendesse. Durante a ditadura militar a lei de segurança nacional estabeleceu o tráfico de drogas crime inafiançável e sem anistia, que resultou no encarceramento de milhares de pessoas.
Tal lei é a principal causa do crescimento do sistema carcerário brasileiro, os objetivos dela era prevenir a prática de atos danosos à sociedade, mas será que essa lei está cumprindo seu real objetivo? Não seria a desigualdade social a causadora de tamanha violência no país, ou é realmente o consumo e o tráfico de drogas?
Referência:
Revista de História da Biblioteca Nacional “Dossiê Drogas” Ano 10 nº. 111 de Novembro de 2014 Rio de Janeiro: pp 16-44.