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O cientista

A história da ciência projetou-se no passado com a imagem do cientista do século XIX que se constituiu em um personagem imaginário, experimentador e “anti-aristotélico” que quase não tem a ver com a realidade.

Neste tempo havia uma variedade de cientistas, não era necessário ser perito em latim, matemática ou ter um amplo conhecimento de livros. Apesar da oposição oportuna entre universidades recentemente corrigida, o caráter marginal das mesmas na revolução cientifica continua a ser verdadeira.

Newton convenceu-se seriamente de que estava apto a redescobrir as verdades da filosofia natural já expostas nos tempos mais remotos da historias, que por sua vez eram descobertos parcialmente. O progresso da astronomia também foi concebido como um retorno por Copérnico de kelper e Galileu.

O conhecimento de acordo com a nova concepção da relação na natureza, fez nascer à tese do reconhecimento da essência do homem, onde não interessava a ciência do que estava reservado a deus ou sua qualidade de artífice. O critério do conhecer e construir são tão válidos para o homem como para deus.

A igualdade da inteligência mediante a verdade, implicava renuncia a imagem presente no hermetismo em filosofias de origem aristotélica, havia uma nítida separação entre os filósofos e os homens comuns, que  eram comparados a animais.

Após a época de Bacon, Descartes, Hobbes, Mersene e Galileu qualquer forma de saber que justificasse o sincretismo em nome da inacessibilidade eram consideradas sobre-humanas. As dificuldades encontradas no caminho do saber afirmava o caráter do caminho da verdade.

Thomas Kuhn retomou estes temas e realçou o fato dos cientistas tender a colocar suas atividades sob signo de uma concepção linear do progresso, reescrevem historia de frente para trás constantemente em seus manuais.

Kuhn conclui que a ideologia da profissão cientifica está profundamente enraizada em uma desvalorização da historia e que é preciso aperfeiçoar o intelecto para destruir as falsas imagens que rodeiam a imagem de uma idade média obscura, recheada de barbárie e de superstições.

A afirmação da separação e a diferença entre a Ciência e a política ocorreram de maneira diferente nos países católicos e protestantes. A teologia destinava-se ao conhecimento do livro da palavra de deus, a filosofia natural ficava encarregada pelo conhecimento de obras. O céu e a terra que eram coisas temporais que não deveriam ser procurados na palavra de deus eterna.

Demonstrar com mil provas verdadeiras que a doutrina copernicana não contrariava as sagradas escrituras e afirmar que elas estavam de acordo era o grande desafio. Bacon dizia que as opções referentes aos valores eram os domínios da ética e da religião.

 

Referência:

‘Rossi, Paolo. O ‘’ cientista ‘’ in villari, Rosário (dir) O homem barroco. Lisboa Editorial Presença, 1995 pp 229-250.